quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ao irmão (de Alma Welt)

393

Estarei sempre por aqui, ó meu irmão,
Quando voltares do jogo e das andanças,
Esgotado pelas guerras do mundão
E precisares do colo e das lembranças

De nossa juventude e doce infância
Que não podes levar pr’aquela mesa
Já que tens que deixar aqui na estância
Toda candura, sonhos e pureza.

Eu estarei aqui, se mais não possa
Resguardar-te de ti mesmo, ó leviano
Ator de nova trupe e de outro pano.

Pois aqui jogo e teatro eram poesia
E o perigo a enfrentar, somente a coça
E a vara de marmelo na coxia.

09/05/2006


Nota

Acabei de encontrar, esta manhã, este soneto que descobri ser inédito (nunca publicado) e que percebo pertencer à serie dos Pampianos da Alma. Então acrescentei-o àquele ciclo específico no blog Vida e Obra de Alma Welt, como n° 398, elevando para 401 a série até agora. A Carruagem permanece como o último, mesmo, da vida da grande Poetisa do Pampa. (Lucia Welt
Postado por Lúcia Welt às 05:56 0 comentários Links para esta postagem

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